sexta-feira, 4 de abril de 2008

Cazuza - 50 anos - A Ideologia do Tempo

Hoje, Cazuza completaria 50 anos. Nascido Angenor de Miranda Araújo Neto, no dia 4 de abril de 1958, Cazuza foi se multiplicando em forma de compositor, cantor e explosão de poesia. Cazuza só descobriu que a sua missão seria cantar, depois que fez um curso de teatro com Perfeito Fortuna, no Rio de Janeiro. Depois, seu encontro com a banda Barão Vermelho, o fez sentir que poderia mostrar suas composições e, em 82, gravam seu primeiro disco, em dois dias. Caetano Veloso e Gal Costa se encantaram com "Todo Amor que Houver nessa Vida" e ambos a gravaram tempo depois.

Cazuza era fã de Janis Joplin, Lupicínio Rodrigues, Dolores Duran, Maysa, mas seu maior ídolo era Cartola, que também se chamava Angenor e essa descoberta o fez aceitar melhor o seu nome. Cazuza cantava o amor escancaradamente e gravou canções como: "Pro dia nascer Feliz", "Beth Balanço" (trilha do filme homônimo), "Maior Abandonado", "Por que que a gente é assim?" e sua fama de poeta do pop-rock começa a crescer e passa a ser reconhecido como artista e personalidade, por conta de suas declarações contundentes e por seu trabalho.

Por causa de seu temperamento irrequieto, Cazuza não conseguia se adequar a uma agenda cada vez mais carregada de compromissos e os desentendimentos com o Barão Vermelho o fizeram seguir sozinho. Gravou seu primeiro álbum solo "Cazuza", recheado de canções autorais: "Exagerado", "Codinome Beija-Flor", "Medieval II", entre outras. Em 87, grava o álbum "Só se for a dois" e aí ele já está mais profissional, com shows mais elaborados. A música "O nosso amor a gente inventa" estoura, sua carreira decola, shows lotados, boas críticas e música tocando direto nas rádios.

Quando gravou o disco "Ideologia" ele já sabia que estava com Aids. O álbum vendeu meio milhão de cópias e no repertório tinham músicas como: "Blues da Piedade", "Faz parte do meu Show", "Brasil", também gravada por Gal Costa e "Um trem para as Estrelas". São canções que estão cravadas em nós, até hoje. Em 88, ganhou o Premio Sharp de Música, como melhor cantor pop-rock e melhor música pop-rock: "Preciso dizer que te amo".

Viajou por todo Brasil fazendo shows e gravou o disco "Cazuza ao vivo-o tempo não pára". Só depois do lançamento é que ele assumiu publicamente que estava com Aids. Então, trabalhou intensamente, de fevereiro a junho de 1989, para gravar o álbum duplo "Burguesia"; no disco azul, músicas pop-rock e no amarelo cantou música de outros compositores como: Antonio Maria, Caetano Veloso e Rita Lee. É nítida sua voz enfrequecida pela doença, comovente mesmo.

Então, Cazuza volta para Boston, em 89, onde ficou até março do ano seguinte. Seu estado de saúde fica ainda mais delicado e ele morre em 7 de julho de 1990, deixando uma obra de extrema significância, não só para a música brasileira, mas também para aqueles que amavam e entendiam o que ele queria dizer sobre o amor, o prazer e a dor.

2 comentários:

  1. Ola Solange, voce poderia colocar esta materia la no Caiubi, estamos fazendo uma homenagem à ele. Estou deixando também a letra deles inédita em parceria com o Sérgio Bello para seu publico votar e ajudarmos a levar o Cazuza para o Rock in Rio.

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  2. http://musique.estadao.com.br/perfil,4054,1,SERGIO-BELLO-BELLO
    Vamos levar o Cazuza para o Rock in Rio.

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