Sei o quanto são importantes os gestos e a generosidade é um dos que mais me mobilizam.
Sei também o quanto custa o tempo de cada um de nós e, dentro de mim, ele corre assustadoramente para frente, sem querer esperar.
Quando dei por mim, passaram-se mais de 30 anos escrevendo uma palavra atrás da outra, contando as histórias dos outros, os fatos, com algumas pausas para produzir, fotografar, pintar.
As palavras nunca me dão trégua, entende?
A palavra é o meu presente e o meu futuro, que precisam ser alimentados não só de esperança.
Valorizar é um exercício sem precedente e, colocar uma palavra que dê significado à outra não é coisa muito fácil de se fazer e de se entender.
Como jornalista, quero e preciso fazer o meu melhor, já que essa é minha profissão e é dela que sobrevivo. A palavra sobreviver traz um significado, para mim, de algo que não está completo, de algo que fica rastreando o outro lado, para saber como seria viver o inteiro.
Sobreviver ao desemprego, talvez seja uma das coisas mais penosas para alguém que só quer viver de seu trabalho. Ter seu ganha-pão! Como pode, né?
Uma sensação de humilhação pela impotência.
Então, apenas sobrevive.
Sobrevive.
Sobrevive a vida, que não mede esforços, nem soluça a dor.
Nem soluça o choro que rola dentro, invisível.
Sobrevive!
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