Quando vi as águas em minha rua, naquela noite de 11 de Janeiro, não poderia supor o que estava para acontecer.
Era uma chuva forte, persistente, com muitos raios e trovões.
Ela começou a subir de forma surpreendente, trazendo lixos, troncos e lama
Vejam como a água é grossa.
A esquina de minha rua começava a denunciar o volume de água que estava por vir, mas por um milagre não atingiu a minha casa. Aqui ainda estava baixo. Lá pelas cinco horas da manhã ela alcançou o segundo degrau, mas não entrou. A visão que tinha de tudo, não consigo descrever.
Dois dias depois, essa é a rua que faz esquina com a minha. Dá pra ver o mar de lama que os garis cariocas, enviados pela Comlurb do Rio, tiveram que tirar. Não se conseguia andar por ela, pois a lama é muito escorregadia e só mesmo de galochas. Ficamos muito felizes com esse apoio.
Hoje, dia 20, dia de São Sebastião maravilhoso, fui à rua e não dá pra sair sem máscara, porque a poeira que levanta com o movimento de carros é intensa. Tirei essa foto do mesmo ângulo da que está aqui no blog lá em cima. Dá pra ver o estrago. Esse é o Teleférico.
Vejam o que desceu de terra lá de cima. Toda esta terra desceu como uma avalanche e devastou toda a Praça do Suspiro e a Igreja de Santo Antônio, que teve sua imagem resgatada intacta. Lá dentro, dois carros totalmente destruídos. Não tenho imagens da Praça e nem da Igreja, porque não há passagem. Lá no fundo dessa foto da pra ver o tanto de lama que está no Suspiro.
Essas imagens já são de hoje, no centro da cidade, perto da Praça Getúlio Vargas, a praça principal da cidade. Fiquei chocada! Ver tudo isso de perto é devastador.
Dá pra ver a quantidade de terra, quando se compara com a altura dos três homens que caminham alí pela lateral.
O volume de terra é algo inacreditável.
Dá pra imaginar o que as equipes de resgate estão passando e vendo.
Não tenho palavras para descrever as cenas. Deixo aqui esse pequeno relato com o coração partido, mas com muita esperança de voltar a postar fotos e vídeos da natureza que há de brotar de novo, nessa cidade que sempre visitei e moro agora. Friburgo concentra uma das maiores áreas de Mata Atlãntica do Estado do Rio de Janeiro. São 450 quilometros quadrados de vegetação nativa, o que equivale a 45% da área do total do Município.
Amanhã, haverá uma reunião com o vice-governador, o deputado federal Glauber Braga, que também está com sua casa condenada, os empresários, confeccionistas, comerciantes, entidades representativas, sindicatos e o Terceiro Setor de Nova Friburgo, para ouvir as demandas, preocupações, necessidades imediatas e fazerem o balanço das perdas ocasionadas pelas chuvas.
A reunião será no Prédio da Oi, à Avenida Alberto Braune, 224, 3º andar.
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