Faz vinte anos que estou sem meu pai,
mas sua presença ainda habita em mim.
Ontem, uma grande tristeza fez questão de ficar
e, depois de um tempo,
descobrir do que se tratava.
Uma presença constante, ali,
cravando sua lança em meu peito,
foi seguindo pelo dia, pelas horas
e, estranhamente, chorava.
Uma ausência tão presente!
Entender o quanto se pode sofrer
por não tê-lo aqui,
ainda faz parte do incompreensível
e, para mim, o sonho não terminou.
A dor que cala e faz calar,
submete-me ao pesadelo da perda
em constante roda, indo e vindo.
Todos os meus incentivos,
o que sou e como sou,
partiram dele, de seu suporte,
sem o qual sucumbiria.
Um amor maior, incondicional,
vieram dele que me ensinou a amar
a tudo e a todos indiscriminadamente.
Andei pela vida brigando por espaço,
brigando com ele, brigando comigo,
até entender que as palavras ferem,
quando ditas para quem se ama.
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