terça-feira, 7 de junho de 2011

Pânico Pós-Enchente

Experimentei, pela primeira vez, a sensação de medo pós-enchente. Estava no sítio de meus amigos, que também foi atingido pela enxurrada de Janeiro, e o dia estava muito nublado, com nuvens cinzentas e pesadas, anunciando chuva forte. A tarde começou a cair mais rápida que o normal e com ela uma chuva gelada, assim como a temperatura do ar.
A visão de que eu teria que ficar ali no meio do mato, com montanhas em frente e um rio logo ali do lado, começou a congelar a minha alma. Fui invadida por um pânico indisfarçável. Coloquei a mão na cabeça e disse: quero ir para casa, pois não estou bem. E cada vez a noite chegava mais e mais cedo. Eram 17 horas. O vento, a chuva e o frio me colocaram de novo na cena daquela tragédia de janeiro.
Quando meu amigo disse que me levaria até o ponto de ônibus, senti um grande alívio pois sairia logo dali. A sensação de escapar de alguma coisa que, naquele momento, eu achava que estava prestes a acontecer, me deu muita alegria. Fui no carro olhando aquelas nuvens negras se distanciarem e começei a me sentir mais segura. Muito estranho aqueles sentimentos que me atingiram como um furacão. Não imaginei que Janeiro estivesse tão presente ainda, mas está.

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