quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

Os Gatos e o Carinho

Resolvi republicar este texto sobre gatos, por conta do vídeo que acabei de fazer sobre o o meu gatinho Zeca, que está logo aí embaixo. Acho que este conto diz direitinho o que sentimos por ele e por todos os bichanos. Espero que gostem de lê-lo novamente.

Gente, quem pode dizer que um bichinho tão lindo como esse traz má sorte? Pra mim, que tenho um bem pretinho desse jeito, isso não passa de uma supertição medieval. O meu, quando chegou em minha casa, veio pequenininho, mais parecia um tufo ralo de cabelo, quando colocado no colo. Nesse período, eles estão muito frágeis, são umas coisinhas. Demorei bastante pra dar um nome a ele, mas depois de muito meditar, pensar sobre sua origem roceira, ele era de um sítio lá de Conquista, na estrada Friburgo-Teresópolis e foi trazido por meu sobrinho. Mirradinho, quase sem pelinho e com grandes olhos verdes. Ele veio para que minha mãe não sentisse tanto a falta dos netos e de minha irmã mais velha, que íam voltar para Lorena, em São Paulo. Assim, ela poderia se distrair, cuidando daquele gatinho, planejamos.
Minha outra irmã, a verdadeira dona do bichano, queria que seu nome fôsse Zeca. Achei legal, curto, fácil de guardar e com a rapidez dos gatos, principalmente. Pensei que ele deveria ter um sobrenome. Aí é que inseri uma certa nobreza ao felino e seu nome completo ficou: Zeca Von Kudverm. Muito bonito, não é? Pois é, falando rápido assim, todos dizem: "nossa, que nome forte, bonito!" Mal sabem eles que a origem real desse sobrenome, inventado por mim, vem de uma das coisas mais desagradáveis, desse período em que os bichinhos estão em seus primeiros meses. Quando peço para que falem bem devagar o nariz torce e uma gargalhada vem logo atrás e aí toda a nobreza do chat vai para o ralo.
Os gatos são bichos maravilhosos. A convivência com eles é deliciosa e delicada. São incrívelmente solidários quando se está carente, doente, deprê. Eles doam toda a sua energia positiva e não saem do seu lado enquanto você estiver precisando deles, desse carinho voluntário. Eles conseguem reverter uma situação de tristeza, somente com sua presença no ambiente.
Eles são incansáveis preguiçosos. Passam o dia dormindo. Quando levantam, se espreguiçam esticando todo seu corpo, coisa que a gente deveria fazer sempre, alongamento, aí seguem o caminho do comedouro e, novamente, cama! Depois pedem colo, o qual ocupam como se fôsse seu, comprado. Na verdade, eles é que são os donos da casa, nós é que estamos usando o espaço deles. Eles também pensam que são donos de nós, têm ciúme.
Zeca nunca viu uma gatinha em seus quatro anos de vida e também não foi castrado. Minha avó tinha um gatinho, aqui mesmo nessa casa, que também demorou para namorar. Mas, havia uma gatinha que ficava no telhado miando, chamando por ele. Parecia colocar a pata na cintura e fazia miaúúúúú, miaúúúú, bem sexy. E Pinochio, esse era o nome dele, ele não tinha a patinha traseira esquerda e, por isso, tinha dificuldades de subir e descer escadas, e nessas ele ficava aqui embaixo miaumiaumiaumiau, num frenesi de dar dó. Pusemos, então, uma passarela e aí tudo aconteceu. Ele era preto e branco. Foi para o forro do telhado e só ouvíamos daqui debaixo o barulho de rolamento e os miados. Desceu de lá sem forças, coitado, e o que era preto e branco virou preto e preto! Foi uma cena hilária!
Uma amiga minha tinha um gato chamado Love boy e ele era realmente uma gato de programa. Toda noite ele ía à caça de uma gatinha e se dava bem pelo jeito! Mas, o que encanta mesmo nos bichos é o carinho que eles dão aos seus donos, tornando suas vidas mais cheias de alegria, abrindo um canal (que talvez fôsse imperceptível) de amor, de compaixão.

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